sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Eu

Hoje não vou falar de amor. Hoje vou falar sobre alguém muito especial, e q já amou demais! Uma pessoa que faz tudo errado. Que se desconserta quando alguém fala que gosta dela. Que é contraditória por natureza. Que fala a verdade quando deveria mentir. Que diz que é fiel aos seus sentimentos mas se perde muitas vezes neles.

Que quer se matar por dar um fim no cidadão que ela mais quer quando ele liga e ela está com outro. Que já largou um cara dentro do cinema sozinho e nunca mais voltou. Que já saiu de casa às duas da manhã numa terça-feira fria. Que já viajou 900km só pra falar pra um imbecil que ela o amava - e ele disse que já tinha outra. Que já chorou por um homem. Que já chorou por alguns homens. Que não tem vergonha de falar o que sente.

Uma pessoa cujo sorriso entrega suas emoções. Cujos lábios movem quando ela pensa. E cujos olhos não a deixam mentir.Uma pessoa que odeia figado. Odeia beterraba. Odeia quando tem que esperar alguém ligar. Odeia mais ainda quando esse alguém não liga. Odeia os homens que têm namorada e ficam ligando pra ela (qualé?!). Uma pessoa que adora chocolate. Adora ficar sozinha. Adora sua própria companhia. Adora não ter mais idade pra brincar de polícia-e-ladrão. Pra fazer joguinho. Adora já ter passado da fase de fingir que ela não está afim quando está.

Só que essa pessoa faz tudo errado. Ela diz por aí que quer namorar. Mas se esquiva quando seus casos começam a ficar sérios. E só se envolve com os “não-namoráveis”. Os mais galinhas. Os mais baladeiros. E anda dispensando todos os caras com quem ela poderia pensar em fazer planos. Talvez porque, lá no fundo, ela goste de ser solteira. De poder escolher com quem ela vai sair no final de semana. Talvez porque ela ache que sair e conhecer novas pessoas seja uma coisa bacana. E porque ela ainda não encontrou alguém que faça valer a pena largar tudo isso pra se comprometer a um cara só. Talvez porque ela goste de chegar em casa sozinha. Tirar suas roupas e se jogar em cima da cama. Poder deixar tudo espalhado. Tomar banho de porta aberta.

Reservar-se o direito de não atender o telefone fixo. Assistir ao canal de TV que ela bem entender. Ficar na internet por quantas horas achar conveniente. Dar fim no celular de acordo com seu humor. Ir e vir de onde ela bem entender. À hora que ela bem entender. E com quem ela bem entender. Talvez ela até goste de comer miojo quando tem preguiça de sair pra almoçar nos finais de semana. E talvez ela prefira a companhia do seu cachorro na sua cama. Talvez tudo isso seja verdade. E talvez tudo isso passe.

Mas fato é que a pessoa não vai abrir mão disso por pouca coisa. E que ela não troca suas tardes de domingo sozinha por tardes de domingo em companhia errada. Fato é que a pessoa não quer alguém pra chamar de namorado. Ela quer um alguém que ainda não encontrou. E o dia que ela encontrar, ela não vai deixar esse alguém escapar por nada deste mundo. Porque essa pessoa sabe o que é perder o cara que é o amor da sua vida. Sabe o que é fazer tudo errado sempre. Mas, mesmo assim, ela não tem medo de começar tudo de novo. De tentar outra vez. De viajar mais 800km pra dizer, mais uma vez, que ama.

E essa pessoa só quer viver de novo aquilo que ela conhece muito bem. Amar. Incondicionalmente. Viver incondicionalmente. Viver sem fazer planos. Sem querer prever o futuro. Estar do lado de alguém que é o mundo pra ela. Estar do lado da pessoa certa. Aquela única pessoa com quem ela gostaria de estar. Alguém que conhece todos os seus medos. Todos os seus sonhos. Que sonha junto com ela. Alguém por quem ela abriria mão de todas as maravilhas da vida de solteira. E por quem ela acredita que vai fazer tudo certo um dia.






Essa pessoa...?

Sou eu!

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