domingo, 22 de novembro de 2009

Erros

O primeiro erro que alguém pode cometer num relacionamento é se apaixonar pela outra pessoa antes de conhecê-la bem. A paixão é cega. Ou melhor, a paixão deixa as pessoas cegas. Elas começam a idealizar as outras e esse é o primeiro passo para um relacionamento dar errado. Quando a realidade dá as caras, ninguém é tão perfeito nem tão amor infinito quanto o outro imagina.

Mulher nenhuma dá conta de ser tão linda quanto o outro acha que ela é. Tão legal quanto o outro acha que ela é. Tão desgarrada e sem ciúme quanto o outro gostaria que ela fosse. Isso é coisa do começo, quando os homens ainda enxergam em nós, mulheres, a perfeição. E depois de alguns meses, somos obrigadas a corresponder às expectativas que eles criaram por conta própria. Cadê aquela mulher perfeita, linda, exuberante e legal que eu conheci? Não, querido, essa pessoa nunca existiu a não ser na sua imaginação.

Esse texto poderia ser parte da minha auto-biografia premeditada. Coisas que podemos escrever antes que elas aconteçam, pois inevitavelmente vão acontecer. Eu nunca consegui ser tão boa companhia quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ser tão culta quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ser tão descolada quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ser tão assídua na academia quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ser tão dona da minha própria vida quanto pensavam que eu fosse. Nunca consegui ser tão bem resolvida quanto pensavam que eu fosse.

Talvez eu passe uma imagem errada de mim. Não sou metade da cabeça pensante que pareço, não tenho metade da empolgação pra malhar que já tive, não me viro tão bem sozinha quanto digo que me viro, não gosto tanto assim da minha própria companhia quanto eu digo por aí. Sou chata mesmo e tem hora que nem eu me agüento. Sou extremamente simples, caseira e cheia de manias estranhas (...). Faço coisas “de homem” como pintar a parede e mecher em carro.

Já se apaixonaram por mim diversas vezes e, ainda assim, continuo solteira. Cada vez mais, quero que não se apaixonem por mim, afinal não vou ser metade da fantasia de alguém. Nem tento. Já vou dizendo logo quem sou, pois meu negócio é a realidade. Não tenho mais idade pra namoros adolescentes ou pra me interessar por viver uma ilusão. Todos que se apaixonaram por mim me fizeram sofrer no final. Queriam que eu fosse alguém que eu não sou pra eu corresponder a uma expectativa que não fui eu que criei.

Eu não pareço, nem de longe, a garota da camiseta molhada da revista. Eu não tenho vocação (nem lindas pernas) pra andar de shortinho curto. Meus peitos vão continuar do jeito que são. Nunca vou achar normal traição e meu conceito de traição inclui trocar telefone (ou outro meio de contato) com uma mulher na balada. Minhas verdades mudam com o tempo, meus valores não. O que alguém acha de mim não vai determinar quem eu sou. Mesmo assim, não vou discordar quando alguém achar que eu não valho a pena. Eu valho.



Eu valho a pena se tentarem me amar ao invés de se apaixonarem por mim.

Carência

Hoje eu só queria um carinho, um dengo, um afago, um mimo desses que alisam a alma da gente e aquecem o coração também.

Queria um poema feito para mim mesmo sem rima, sem contexto. Só um poema no avesso feito de vida e de verdades mil.

Não precisava ser uma obra fenomenal, bastava um escrito normal de quem gostasse de mim.

Queria me sentir importante, ser a musa, ser a amante. Alguém além do simplesmente... sem precisar chegar a tanto.

Hoje eu queria um sorriso disposto em versos talvez, que é a linguagem que eu sei, que o mundo me ensinou.

Não precisava ser dos grandes nem tão especial ou brilhante. Bastava que fosse verdadeiro... um sorriso desses por inteiro.

Hoje eu queria pouca coisa, e mesmo assim não tenho. Será que nesse mundo sem fim ninguém faz um poema pra mim?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Domínio

Domínio próprio. Expressão que esconde uma infinidade de situações. Gênios iracundos, paixões descontroladas, temperamentos desequilibrados, reações estúpidas e grosseiras, palavras ásperas, gestos duros e cenhos franzidos não são características de uma pessoa boa.

O domínio próprio passou a ser um artigo raro em nossos dias. Por causa da má interpretação quanto ao verdadeiro significado de liberdade, prolifera-se no mundo a idéia de que todo individuo tem o direito de fazer o que bem entender e que os outros nada têm a ver com isso. É na enxurrada dessa idéia que encontramos a multidão dos que iludem a si mesmos, pois ao pensarem estar desfrutando a liberdade, na realidade, são vítimas de algum tipo de escravidão.

Todos nós temos vontades e desejos, e é bom que os tenhamos. O problema surge quando perdemos as rédeas do controle de nossa própria vida para satisfazer essas vontades, esses desejos. É nesse ponto que o domínio próprio nos ajuda a entender o respeito que devemos a nós mesmos, ao nosso nome, à nossa saúde...


Mas sobretudo o respeito que devemos ao próximo!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Influências

Nesta vida, ninguém vive unicamente para si. Constantemente estamos influenciando ou recebendo alguma influência de outros. Isso se dá em casa, no trabalho, na aula e em todos os lugares. E como passa a ser solene esse pensamento quando nos recordamos de que essa influência só tem dois pólos: ou é positiva e para o bem ou negativa e para o mal.

É solene pensarmos que cada palavra que dizemos, cada gesto que mostramos, cada ato que praticamos exerce alguma influência, edificante ou não, junto às pessoas com as quais nos associamos. E quão bons e positivos passam a ser nossos gestos, atos e palavras quando nosso coração está em paz. Isso transforma nossa natureza rude.

Nunca entenderemos e saberemos a influência de um procedimento bondoso e cortês que tivemos com alguém que achávamos incoerentes ou até indignas. Pela razão comum, essas pessoas não deveriam ser merecedoras de atenção e carinho, mas movidos pelo amor em nosso coração, fomos impelidos a agir com cortesia e palavras amáveis.

Ser bom e elegante no trato com as pessoas boas e sensatas é fácil e natural. Difícil é quando enfrentamos pessoas rudes, mal-educadas, desequilibradas e até mal-intencionadas. É nesses casos que precisamos nos esforçar para tratá-las com bondade. Precisamos revelar-lhes boa educação, amor ao próximo, boas intenções. Com isto, ficarão surpresas e até envergonhadas com seu procedimento, o que não aconteceria se as enfrentássemos, expondo-lhe seus atos agressivos e retribuindo com a mesma moeda.

Não permita que escapem palavras impensadas em momentos de ira e mau humor. Não perca o respeito de si mesmo por causa de palavras precipitadas. Cuide para que suas palavras sejam puras e bem intencionadas.
Palavras tem muita força... e depois de lançadas, não voltam mais.

domingo, 19 de julho de 2009

Amor para durar

Reconhecer o amor não requer tato nem sagacidade. Amor não é vendido em frascos, não da em arvore, não chega pelo correio nem dá pra sacar no caixa eletrônico. Não vem com letreiro luminoso, não bate ponto na esquina e tampouco se identifica na portaria. Amor chega sem avisar – e a gente sabe que chegou só de olhar pra ele. O mais difícil, no entanto, é mantê-lo. E, para tanto, alguns insights são sempre bem vindos.

Quem decide embarcar precisa se certificar de que a viagem para o mundo dos sonhos inclui a passagem de volta; idealizar um relacionamento é invariavelmente o caminho mais curto para uma bad trip. Projetar no outro a responsabilidade pela própria felicidade afugenta até o mais bem intencionado dos apaixonados – além do mais, ser de carne e osso inclui no pacote uma série de defeitos de fabricação e uma boa dose de imprevisibilidade. Cada individuo é potencialmente uma caixinha de surpresas. Ou de Pandora.

Ser fã da Madonna quando a outra metade da laranja é Bruno-e-Marrone-maníaco não é necessariamente um sinônimo de fiasco amoroso; vale a pena lembrar que um dos casamentos mais sólidos desde tempos imemoriais – o da dupla feijão com arroz – é apenas um em meio a tantos casos de antíteses que se complementam. Se é verdade que os opostos se atraem, com os opostos dispostos essa máxima funciona melhor ainda. As diferenças, muitas vezes, estão longe de significar desavenças, bem como semelhanças podem não ser garantia de afinidades. Almas gêmeas nem sem são univitelinas...

Ignorar solenemente a família das conjunções adversativas – “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia” e todos os outros parentes que impõem restrições nem sempre é lembrado. Amor não gosta de senões. Fazer a pessoa amada fugir com o diabo foge da cruz? É fácil, é só virar um chiclete, daqueles bem grudentos. Se a intenção for justamente o contrário, melhor deixar livre, pero no mucho... afinal, descontados os trocadilhos, desde que o mundo é mundo o olho do dono é que engorda o gado.

Beleza? Só é fundamental no poema; o ser humano vale mesmo pela “decoração de interiores” – o que não quer dizer que está liberada a temporada de autodestruição. É preciso zelo consigo mesmo: arrumar-se, perfumar-se, mimar-se. Descobrir-se para, então, revelar-se. Curtir-se. Amar-se pelo que se é – dessa forma será possível amar no outro o que realmente ele tem a oferecer, ao invés de uma utopia. Tem é interessante sublimar aquele velho hábito de interessar-se por “tipos”: quem tem tipo é máquina de escrever. Que por sinal, virou peça de museu.

Por fim, mas não menos importante: amor e medo não combinam. Caiu? Levante, ora. A vida é correr riscos... ninguém vem ao mundo com garantia anti-sofrimento. Amor é, sobretudo, querer amar.



E se chorar faz parte... Recomeçar também!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Escrever

Sinto uma vontade imensa de escrever. Sempre. Meus pensamentos se ajeitam. Minha cabeça pára de girar. Meu coração bate normal. Escrever pra mim é uma terapia. Me acalma. Me ajuda. Me ensina a ver melhor as coisas. A pensar direito. A enxergar.

E, escrevo melhor ainda, quando sofro. É o mal de todo o grande escritor de romances. Ou artistas da música. Ou poetas. Ou simples mortais como eu. Parece q o sofrimento é a cereja em cima do bolo. É o ingrediente q falta para o bolo ficar perfeito.

Meu coração anda apertado. Dolorido. Despedaçado. Talvez culpa minha. Por entregá-lo a outro alguém. Por não cuidar mais dele. Por não conseguir segurá-lo quieto. Mas, é este mesmo coração que me faz escrever. Mesmo doendo. Mesmo cansado. Tem forças para bater.

Porque simplesmente não posso parar. Não posso perder o rumo. Não posso me perder. Pq se me perder... aí sim não tem mais jeito.



Será q me perdi por você?

terça-feira, 14 de julho de 2009

Amar

"Sou do signo de Câncer. Água. Romântica. Sensível. Mãezona. E acabo exigindo o mesmo das pessoas. Não gosto de meias-palavras ou meias-verdades. Adoro meias coloridas. Mas nunca passo o réveillon colorida. Sou do avesso. Talvez eu seja sim o oposto daquilo que se espera de mim. Sou hiperativa. Gosto de bichos. Não gosto de multidões. Minha vida é desalinhada. Dirijo como homem. Choro como criança. Talvez... eu mereça mais do que isso.

Talvez meu jeito estúpido de amar as pessoas ao meu redor não seja suficiente. Talvez eu precise começar do zero a aprender a amar. Aprender a viver como se diz no manual. O Colégio católico não serviu pra muita coisa na minha vida. Minha família nunca me ouviu de verdade. Por isso, sou temperamental. Aprendi com as aves. Não gosto de ser incomodada qdo quero paz, pois posso te dar uma bicada e te machucar. Gosto da liberdade, mas gosto ainda mais de companhia. Adoro poder ficar abraçadinha, apenas ouvindo a batida do coração.

Admiro as araras azuis. Aprendi no Discovery Channel que elas passam a vida inteira com o mesmo companheiro. São livres. Ninguém, nem nenhuma lei, obriga ninguém a ficar junto por mais tempo do que o amor consegue fazê-lo. Eu acredito nisso. No amor. Livre. No amor enquanto houver amor. No respeito. Na cumplicidade. Na transparência. E mais do que nunca, na afinidade.

Por não saber muitas vezes o que realmente quero, acabo fazendo o que não quero. Por não saber amar, vivo levando na cara. Por amar demais, vivo sonhando. Por não acreditar nos sonhos, vivo me ferrando. Por me ferrar sempre, vivo me fechando. E por me fechar demais, vivo sem amor. Vivo com poucos amigos, poucas cifras e poucos DVDs. Vivo com alguma poesia, uma barra de chocolate e uma coca-cola. Vivo sem sorte no jogo. Mas sempre apostando no amor.

Não quero amor de fim de noite. Muito menos de uma noite só. Não tenho mais tempo, e nem idade pra micareta. Não sei mais paquerar ou fazer joguinhos de sedução. Não preciso que me queiram pra massagear meu ego. Tenho um foco. Sou mulher de um homem só. Não preciso de conversinhas com ex. Não preciso testar meu poder feminino com casinhos na internet. Não preciso que me digam que sou linda, inteligente e gostosa. Pra isso, tenho espelho, papel e caneta. Não preciso usar meu corpo pra conquistar alguém. Pra isso, tenho um coração que fala por mim.

Acredito no amor. Apesar do amor não acreditar em mim. Valorizo as pequenas coisas. Como um cafezinho depois do almoço ou uma pizza no jantar. Valorizo boas intenções. Boa fé. Acredito nas palavras que vem de coração. E nos sentimentos que existem dentro dele. Acredito em tudo que vem da alma. Acredito no agora, e desconfio muito do futuro. Desejo o bem para as pessoas que conheço. Acredito no desejo. Acredito na vontade que faz acontecer. Acredito que tudo o que queremos de verdade, acontece. Respeito crenças, credos e raças.

Acredito no amor que dura uma vida inteira. Desconfio dos demais. E, respeito todas as formas de amar. Porque o amor é a coisa mais linda que existe".

segunda-feira, 13 de julho de 2009

"Decidi quebrar alguns conceitos
que nem eram tão meus...
Decidi não esperar um abraço,

mas abraçar primeiro...
Não esperar um carinho,
e sim ser mais carinhosa,
me desarmar dos medos
geralmente são tolos ou no máximo bobinhos...
Decidi usar as roupas que gosto,

mesmo que não estejam na moda...
Elas são minhas e vestem, de certo modo, minha alma
Decidi amar sem medo...

se tiver que sofrer terá valido a pena,
dizem que um segundo de amor pode valer a dor da eternidade de uma saudade.
Não custa experimentar...
Mas o que decidi pra valer é viver o hoje, o agora.

Olhar o sol, a lua, sentir o cheiro da chuva
quando derrama as primeiras gotas na terra seca...
Bater palmas pra natureza...
Decidi revirar minhas gavetas, as da alma.
Decidi que ninguém é mais importante do que eu,

porque só pode amar alguém aquele que se ama.
e a partir de agora, posso me dedicar a amar você".


Não tem mais volta.

Eu te amo.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Batida

Um fala que está viciado em você. Que não vai deixar você sair do MSN porque você é tudo de bom. O outro te chama pra ir com ele cinema (e você não vai, claro). O outro pega seu telefone sem ao menos ter te beijado, te liga no dia seguinte e quer te ver no mesmo instante (e você também não vai, claro). E tem aquele seu ex. Que agora cismou que você é a mulher da vida dele. Ele te liga insistentemente todo final de semana, te chama pra ir ao cinema, pra ir pra num sei onde... E adivinha? Não. Você não vai.

E ainda tem aquele distante, bacanérrimo. O cara quer sair lá do Paraná pra vir te ver. E você dá 500 desculpas, diz que não vai estar na cidade nos próximos meses e nem sabe quando volta. Ah, sem falar no gato praiano que você conheceu no carnaval. Meses depois, ele ainda te manda e-mails, e cisma que queria passar mais tmepo com vc. Fora seu vizinho gato (e casado). Fora aquele moreno, aparentemente seu tipo que só te viu uma vez na vida, pegou seu telefone e sumiu no mundo.

O que está acontecendo com o mundo? Ou o problema é você? Por que, diante de inúmeras possibilidades, você não consegue simplesmente escolher? Tem alto. Baixo. Rico. Pobre. Loiro. Moreno. Sarado. Flácido. Tatuado. Careta. Médico. Advogado. Herdeiro (sim, herdeiro é a profissão dele!!!). Cabelo liso. Cabelo espetado. Caseiro. Da night. Da rave. Do sertanejo. Que mora no seu prédio. Que mora em outra cidade. Solteiro. Casado. Seu ex. Ex-namorado da sua amiga. Tem pra todos os gostos. Menos pro seu. Será que é porque a gente se perde diante das possibilidades? Ou quanto maior a gama de opções, mais você quer escolher? Ou é só porque você resolveu ficar velha e exigente? Ou não, nada disso?

Talvez essa não seja uma escolha tão objetiva assim. Talvez não dê pra montar seu modelo de cara ideal e apontar: é esse. E talvez você nunca vá conseguir reunir todas as características que você admira, num cara, em uma só pessoa. E talvez, mais importante ainda, talvez nada disso importe no final das contas. Você ainda não encontrou “o cara” porque simplesmente ainda não “bateu”. Porque a batida perfeita não deixaria você errar jamais.

A batida perfeita é mais coração do que razão. É mais pele do que cabeça. É mais sentido do que entendimento. É viver mais e entender menos. É simplesmente ir sem se importar se é a melhor festa da cidade ou se a casa do cara é lá onde Judas perdeu as botas. É achar lindo aquela barriga mole. É achar lindo as coisas clichês que ele fala. É se tornar um pouco clichê também. A batida perfeita acontece quando você menos espera. Pode ser o amigo do amigo do amigo. Ou aquele cara que você conhece há 15 anos e nunca havia prestado atenção nele antes. Ou aquele cara que surgiu do nada numa festa e entrou na sua vida tão aos poucos que você nem percebeu.

A batida perfeita simplesmente acontece. Sem que a gente tenha o mínimo controle sobre a gente mesma. Sem que a gente tenha que fazer qualquer tipo de escolha. E todo o resto? Bom, todo o resto serve pra fazer você dormir e acordar acreditando que você é realmente tudo de bom. Que você tem essa capacidade de deixar alguém viciado em você. Ou que você move o mundo e faz qualquer pessoa atravessar o oceano pra te ver. Ou que você possa realmente ser a mulher da vida de alguém. Todos esses outros são aqueles caras do bem que entraram na sua vida pra fazer você acreditar em você. Pra massagear o seu ego e fazer você acreditar que realmente pode escolher alguma coisa. Até o dia em que você não vai ter escolha.



Vai acontecer e você vai saber na hora.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Tipos

Lá estava você. Sentada em uma mesinha daquele lugar badalado na cidade. Você e seu drink favorito da noite. E eis que surge aquele homem, do nada absoluto. Com uma abordagem um tanto quando manjada “Você está sozinha aqui? Cadê suas amigas?”. Você não repara muito no homem mas, à primeira vista, ele é o oposto do seu tipo ideal de homem.

Você gosta de loiros, altos e de olhos claros. Mas você é uma baita mulher, da maior finesse e não vai destratar o cidadão. Então, vocês começam um papo típico de pessoas que se conhecem na noite. O velho e bom “como é seu nome”, “o que você faz da vida”, “onde você mora” e por aí vai. Em poucos minutos, você conclui que uma conversa interessante vale muito mais do que um rostinho bonito. Do que um bíceps de 40cm de diâmetro. Do que um cabelo loiro ou uma pele bronzeada. E, mais do que isso. Em cinco minutos de conversa, você descobre que o cara conhece seu chefe. Adivinhou seu sobrenome quando você disse a cidade onde mora sua família. Coincidência??? Deixa pra lá (você mora numa cidade com mais de um milhão de habitantes e deve ser normal que essas coincidências aconteçam mesmo).

Mais alguns poucos minutos e o cidadão passa da condição de homem-nada-seu-tipo para homem-que-você-beijaria. Pois bem. Você acaba beijando o cidadão e descobrindo que uma química sem noção acomete também as pessoas que não são o tipo umas das outras. Você achava mesmo que só se atraia pelo estilo Brad Pitt e por aquele saradíssimo bronzeado da academia. Você nunca pensou que pudesse se atrair pelo playboy frenético da música eletrônica. Ledo engano. Mas, lá estava você. Encostada na parede da boate como nos tempos de adolescente. Segurando aquele cabelo macio. Beijando uma boca nova e quebrando conceitos antigos. Derrubando vodka com energético no seu Schutz novinho e morrendo de rir da situação. Perdendo o fôlego e tentando controlar a respiração. Quebrando as regras. Quebrando seus próprios limites. Deixando seus instintos te guiarem.

Até onde vai? Você não faz a mínima idéia. A única coisa que você sabe agora é que você não sai mais por aí procurando homens seu tipo. Procurando homens com um rótulo específico. Comprando o produto pela embalagem. Agora, e daqui pra frente, você lê a bula. Você checa se os compostos químicos são compatíveis. Você pula a parte que fala dos efeitos colaterais (isso você acaba descobrindo mais cedo ou mais tarde!). E, claro, evita a superdosagem. A superdosagem mata qualquer um.

O conceito do homem seu tipo, agora, está completamente reformulado. O homem seu tipo tem um papo legal. Ele lembra coisas que você disse na segunda vez que saíram que nem você lembrava de ter dito. Ele ri das coisas idiotas que você fala. Ele fala coisas mais idiotas que você. Ele ouve você cantar, pela décima vez, aquela música baranga que você adora. Pior: ouve você cantar e dança junto no meio da rua. O homem seu tipo entende um conceito de pontuação louco e imaginário que você criou, na sua cabeça, para avaliar a atitude das pessoas positiva ou negativamente. Ele dorme infinito.

O novo homem seu tipo não pode ser encontrado em festivais de Pop-rock, Axés e Micaretas, pois ele, dificilmente, poderá ser reconhecido à distância. Mas, não se preocupe se não o identificar logo de cara. Você, certamente, irá reconhecê-lo assim que ele abrir a boca.



E, o mais importante: o homem que não te quer, definitivamente, não é seu tipo.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Padrões

Eu nunca me dei bem com regras, nem quando tento criar regras pra mim mesma. Essa coisa de padrão de comportamento, padrão de beleza, padrão disso e daquilo só serve pra frustrar aqueles que não se encaixam nos tais “padrões”.

Quem teve a infame idéia de determinar o que é certo pra vida das pessoas como se todo mundo tivesse que ser igual? “Tias velhas” que te perguntam toda semana porque você não tem um namorado sem cogitar a hipótese de que você não está namorando porque não aceita qualquer coisa e não vai pegar o primeiro “mala” que aparecer na sua frente com promessas idiotas. Quem foi que inventou que a gente tem uma idade pra casar? E que tem alguma coisa errada com a pessoa porque ela se aproxima dos 30 anos e não se casou ainda. Quem é o fiscal do tempo? Por que alguém não pode se casar com 40 anos? Acho estranho como as pessoas têm essa mania incontrolável de querer fiscalizar a vida das outras, ditando regras e criando padrões.

O resultado disso? Pessoas frustradas. Todas. Pessoas que fazem o que querem, mas se perguntam se deveriam fazer como manda a regra. Pessoas que seguem as regras, mas percebem que, no fundo, deveriam fazer o que elas realmente gostariam de fazer. Casamentos frustrados. Mulheres que se casam antes que fiquem “velhas demais” pra se casar. Homens que se casam porque empurraram um namoro com a barriga por sete anos (e agora a barriga está tão grande que ele se vê lerdo, prostrado diante da TV assistindo Faustão domingo à tarde enquanto a namorada passa creme de pepino na cara e faz chapinha no cabelo).

Você tem que ter 1,80m, pesar 50 quilos, ser loira, linda e difícil. Tomar a iniciativa? Jamais. Ter 31 anos e namorar um bonitão de 19? Tá louca! A menos que você seja a Ivete Sangalo... e mesmo assim, vai ter que agüentar as capas de jornais e revistas de todo o país divulgando o “mico”.

Namore caras mais velhos, ricos e independentes. Case-se antes dos 30. Seja linda. Independente. Ganhe bem - mesmo que todo seu dinheiro seja torrado em bolsas Louis Vuitton e sapatos Prada. Tenha um cachorro de bolsa. Sorria quando quiser chorar. Tome remédios pra dormir. Tenha o Prozac como seu melhor amigo. E, se sobreviver a tudo isso, me conte depois.


Eu vou querer estar aqui pra saber.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Perfeição

Quando eu era mais nova, tudo que eu queria na vida era namorar alguém como o Jason Priestley. E olha q nem precisava aparecer na TV. Ele por si só pra mim, bastava. Aquela carinha bonitinha, um olhar de anjo e pronto. Tinha ali o meu homem perfeito. O cara pra casar. Mas, depois de um certo tempo, uma carinha bonitinha apenas não era mais suficiente.

O eleito de agora precisa freqüentar uma faculdade e ter um objetivo na vida, pelo menos. Mas vai chegando uma idade em que os quesitos são tantos que fica cada vez mais difícil encontrar o homem perfeito. O candidato em potencial precisa ter: uma carinha bonitinha, um corpinho de passeio, ser um “rapaz de família”, como diria minha mãe, ser um “moço trabalhador”, como diria meu avô. Não pode ser mulherengo, nem ter sido galinha. Cafajestes nem pensar!

Homens pegadores dão náusea em mulheres maduras. E a lista de quesitos aumenta em progressão geométrica. O homem perfeito de quando eu tinha 15 anos passou a ser um traste quando fiz 25. Mas a vontade de encontrar o homem perfeito não acabou com meus vinte e tantos anos como acontece com muita gente criada no interior.

Não me casei com o primeiro traste que apareceu só pra convidar as tias-velhas pro casamento. E também pq eu era muito nova. No interior se casa muito jovem. E tampouco vou aceitar qualquer 'porcaria'. Porcaria por porcaria, prefiro ficar sem. Até porque, já não to na idade de ficar 'atando e desatando'.

Acredito em encontrar a pessoa certa. A tampa da panela. A metade da laranja. Mas não me convence a idéia do ter-que-casar. Tenho uma filha. Então, meu relógio biológico não está fazendo a contagem regressiva “case logo pra ter um filho”. Não tenho pressa. Tenho objetivo.

E eu tenho o homem perfeito. Ele é sim perfeito pra mim. É o chinelo velho pro meu pé torto. Descobri que todos os quesitos foram pro saco quando o encontrei. Ele está longe de ser o homem perfeito (a essa altura, já descobri que esse “homem perfeito” não existe, como também não existe o príncipe encantado e, muito menos o tal do cavalo branco). Mas eu também não sou a Cinderela. Já beijei muito sapo, mas sabia que nenhum deles ia virar príncipe depois. Descobri que o homem perfeito nem sempre se parece com o galã da tv ou da bandinha pop do momento.

O homem perfeito pode ter uma barriguinha de chope, um ou outro fio de cabelo branco que insiste em aparecer, alguns problemas gástricos e uma dúvida gigante em relação ao futuro. O homem perfeito não precisa saber tudo, nem ter solução pra todos meus problemas. O homem perfeito é aquele que deixa eu cutucar perebas invisíveis no maxilar dele. O homem perfeito é aquele que se preocupa se eu tomei café-da-manhã e almocei direitinho. O homem perfeito é aquele que me empresta sua camisa branca pra eu dormir na casa dele. O homem perfeito é aquele que deixa escova de dente, chinelo e pijamas na minha casa. O homem perfeito é aquele que passa uma semana com diarréia e insiste em achar que o problema é na garganta.

O homem perfeito é assim. Imperfeito. Exatamente como ele é.

E sim. O homem perfeito... só podia estar mesmo muito distante.



Mas não tão distante assim... do meu coração!!!